Lá fora mãe, lá fora...

Nós temos a sorte de ter um jardim em casa e juro que acho que se montasse uma tenda lá fora, o M viveria feliz ao relento. E nunca mais precisaria de entrar em casa. A não ser para ir buscar todos os brinquedos para a sua "casa nova". Quando temos um dia bonito ele quer estar na rua, o dia inteiro se possível, e para conseguirmos levá-lo de volta para dentro de casa é sempre preciso todo um ritual para o convencer, que envolve recorrentemente televisão e o Oso (um urso agente especial que por algum motivo que desconhecemos ganhou a preferência do M).

Em dias como o de ontem e hoje, em que chove durante quase o tempo todo e que mesmo quando o céu clareia um pouco  a ideia da lama nos afasta da possibilidade de ir para o jardim, já sei que podemos contar com o Manuel em bicos dos pés a tentar abrir a porta de casa. Mexe, mexe na chave e lança uns lamentos pelo meio e é capaz de ficar ali durante o que me parece uma eternidade e não há nada que o distraia do seu objectivo.

Por isso, nestes dias de chuva, não me resta outra alternativa que não sonhar com o sol e lembrar tardes como esta, em que o Manuel aprendeu a andar de escorrega (quase) sozinho. Já dá o impulso para descer com o pé e não cai para trás. E claro que chega lá baixo e olha para cima como que a dizer: "mais!".