Já devem ter reparado que esta colecção Primavera/Verão recupera os efeitos tingidos para a linha da frente sem necessariamente lhes conferir o look mais hippie a que muitas vezes estavam associados. Já andava há muito tempo para experimentar e quando vi que era uma das técnicas explicadas num livro que tinha comprado achei que estava na hora. Junta-se a esta vontade a preciosa ajuda da Luísa Spínola e do Atelier Gatafunhos com a sua inesgotável paciência, criatividade e sabedoria e temos a tarde perfeita!
Lista de material: Panelas (de preferência velhinhas), colheres de pau (que não voltem a usar a não ser para trabalhos manuais), cores para tingir, sal, água, fio e peças para pôr à prova a vossa criatividade! Para além desta lista, dependendo das técnicas que queiram usar podem ainda recorrer a outros objectos que nós também usámos: elásticos e berlindes mas dependendo das formas e técnicas podem ainda usar outros objectos e materiais.
Para além do passo a passo que mostro nas fotografias penso que é mais fácil explicar também aqui em texto o que precisam de fazer, por isso, aqui vai!
passo 1: preparar as peças que vamos usar e escolher as cores para cada uma e as técnicas a aplicar. É mais fácil fazer este trabalho de início porque assim podem fazer um aproveitamento melhor das cores. Cada saqueta dá para muita roupa e em alguns casos usámos apenas 1/4 da saqueta e deu para 2 e até 3 peças (dependendo do tamanho). Nós utilizámos diversas técnicas baseando-nos no livro Craft Tecniques&Projects e criando depois padrões à medida que íamos ganhando confiança (logo que tirámos o primeiro casaco e vimos o efeito começámos a dar pulinhos de alegria, confesso).
passo 2: dissolver a tinta em água e sal (que funciona como fixante) de acordo com as instruções e medidas descritas na embalagem e que podem variar de marca para marca. Nós dissolvíamos em água quente numa panela mais pequena e depois juntávamos à água morna que estava numa panela maior e que ia depois ao lume. A embalagem dizia que devia ficar a ferver cerca de 20 minutos mas nós fizemos sempre o dobro do tempo e resultou melhor (acho que o facto das panelas serem velhinhas e a placa ser de vitrocerâmica também contribui para que se tenha que deixar mais tempo). Percebemos que há 2 coisas nas quais podem abusar: sal e tempo de fervura. Façam estas medidas por cima que não há mal nenhum, antes pelo contrário!
Tenham sempre em atenção a importância de coordenar as cores base da peça com as cores que vão usar para tingir. Se usarem azul numa peça amarela é normal que acabem com uma peça esverdeada e se tentarem amarelo sobre uma peça preta é normal que não consigam grande (ou nenhum) efeito. As peças mais claras são à partida as que conseguem criar um maior impacto e ficar mais fiéis às cores usadas para tingir.
técnicas e efeitos: dependendo das peças e dos efeitos que queríamos criar usámos diferentes materiais. Para o saco começámos por dobrá-lo como um acordeão e depois amarrámos fio (bem preso para o efeito ficar mais marcado) em distâncias iguais. Usámos a mesma técnica numas leggings e numa camisola de malha mas na camisola fizemos distâncias diferentes para ficar um efeito menos simétrico. Também usámos esta técnica nas mangas do casaco e ficou lindo! Ficou mais discreto para quem não quer um efeito tão vistoso.
passo 3: retirar do lume e passar por água fria abundantemente até a água sair sem cor. Retirar as aplicações (fios e berlindes e o que quer que a vossa criatividade tenha ditado), abrir a peça e dar pulinhos de contentamento! Deixar secar e depois na primeira lavagem usar água fria e sal e lavar separadamente de qualquer peça porque é natural que ainda tenha cor para sair....
Na t-shirt do Manuel (uma das minhas favoritas) recorremos aos berlindes. Usámos o maior no centro e prendemo-lo bem criando depois um rasto com fios (usando no fundo a mesma técnica base que tínhamos feito para as leggings) e depois pusemos berlindes mais pequenos espalhados pelos cantos.
notas: Eu sei que algumas já fui dizendo ao longo do post mas acho importante referir que as saquetas de cor apesar de parecerem pequenas, acabam por render bastante por isso escolham bem as peças antes de começar de forma a conseguirem aproveitar o melhor possível a cor. Não se esqueçam que o melhor é começar por peças usadas ou até com pequenos defeitos (manchas, sinais de uso,...) porque se não correr bem à primeira não perdem uma boa peça...
...nós usámos o sal como fixante e pusemos sempre um pouco mais do que o pedido nas instruções. Também deixámos sempre o dobro do tempo recomendado porque vimos que a cor ficava mais forte.
Não se esqueçam que a e peça absorve a cor de tingimento o que quer dizer que a cor pode mudar consoante a cor base em que se aplica. Em cima do lado direito usámos uma camisola amarela e tingimos a azul (o mesmo azul das leggings) e o tom ficou mais esverdeado. Lindo por sinal!
A cada peça que fazíamos achávamos que tínhamos feito a melhor mas de cada vez que fazíamos outra gostávamos ainda mais e por nós já tínhamos tingido o armário todo! Asseguro-vos que não é difícil mas têm que fazê-lo com algum tempo e paciência (e cuidado com os respingos!).
E acima de tudo é uma forma criativa e muito económica de seguir esta nova tendência muito bem captada neste post do Rebuçado Ácido! E se a Lu e a Daniela dizem que é tendência, acreditem, é porque é! E elas lançaram o desafio sem saber que este post estava a caminho. A isto se chama sintonia...
Consegues transmitir na perfeição todo o processo e dizer tudo o que é importante saber sobre esta técnica. Obrigado Patricia por tudo
ReplyDeletePatricia, está LINDO! mas eu não teria paciência para isto.... mas adoro os resultodos. No outro dia vi umas calças de ganga brancas com efeitos azuis, lindas, tenho de procurar para ver se encontro para te mostrar!
ReplyDeleteBjs e obrigada pelo post, que está excelente, explica mesmo para para quem se queira aventurar!
Eu consigo transmitir o que tu elaboras na perfeição por isso tenho o trabalho muito facilitado! Obrigada eu, claro!
ReplyDeleteObrigada Daniela! Da próxima vez vamos experimentar o efeito degrade. Vi uma peças da acne como descreves, lindas! Beijinhos
ReplyDeleteJuntam-se as duas, Luísa e Patrícia, e sai esta maravilha! Usávamos muito esta técnica nos anos 60 (t-shirt hippy). Parabéns a ambas pelo trabalho
ReplyDeleteAh sim, o efeito degradé é o meu preferido. Mostra lá!!! :)
ReplyDeletetal e qual como eu fazia quando era teenager =) tinha montes de t-shirts e calças e vestidos assim hippies!!!
ReplyDeletesim, o efeito degradé também é o meu favorito!
ReplyDeleteesse quero mesmo aprender a fazer :)
beijo e parabéns pelo post q está excelente!
Vou fazer e depois mostro, prometo!
ReplyDeleteMiriam, eu nunca fiz quando era mais nova, confesso, mas adorei experimentar agora! Agora é a tua vez :)!
ReplyDeleteVou fazer Lu, mas eram tantas técnicas que não dava para fazer tudo ao mesmo tempo. Fico feliz que as minhas "trendsetters" tenham gostado! :)
ReplyDeleteCom a habilidade da Luísa fica difícil correr mal :)
ReplyDeleteÉ tão engraçado ver como as modas vão e voltam!
A Luísa falou-me do que andaram a fazer, mas agora que vi o teu post é que dou conta de como ficou espetacular!!! Muito bom...parabéns às duas....
ReplyDelete[...] no outro dia estava a trocar ideias com a Luísa enquanto esperávamos que as nossas peças secassem e surgiram logo tantas ideias que o difícil foi mesmo escolher [...]
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