43.52

24.10.14
43.52. Mjpg 43.52.J A minha mãe dizia-me sempre que as crianças se querem mexidas e o meu pai recorda-me isso muitas vezes. Acho que provavelmente por terem tido a experiência de uma filha que não parava um minuto. E por isso acho que estes dois têm bem a quem sair.
Cá por casa não costumam haver tempos mortos, o habitual é ter dois miúdos a trepar um sofá para se atirar para o outro numa espécie de parque aquático sem água. O Manuel faz, o Joaquim vai atrás. Claro. Saltar de cadeira em cadeira, de sofá em sofá, usar brinquedos como bancos para chegar ao cimo da estante…e outras que tal que a minha imaginação por si só não conseguiria alcançar se não fosse por ver a acontecer mesmo à frente dos meus olhos.
Claro que isso implica que os meus filhos andam invariavelmente com arranhões e nódoas negras. Por um lado tenho saudades do capacete do Manuel e compreendo agora as avós e mães que me abordavam na rua para saber onde podiam comprar um para os seus meninos (como se achassem que eu tinha tido uma ideia genial!) mas por outro lado confesso-vos que raramente são estes momentos que me fazem tremer de medo (a não ser, claro, quando vejo por exemplo o Joaquim a andar de um lado para o outro no alto da mesa de jantar, pronto a saltar para o chão porque quer dizer….porque não…?) o que me faz verdadeiramente tremer é a ideia de que me possam desaparecer, que eu possa não saber deles. Não há muito tempo aconteceu-me isso com o Manuel, deixar de o ver durante os 5 minutos mais longos da minha vida. Quando finalmente o vi faltaram-me as forças nas pernas, caí e chorei durante o dobro do tempo. A sensação de que ele podia correr perigo longe de mim foi de tal forma assustadora…
Isto de ser mãe põe-nos o coração à prova.

2 comments:

  1. Oh pá, não tenho filhos mas senti o coração na mão com o que contaste em relação ao que se passou com o Manuel. Imagino o desespero. Ainda bem que correu tudo pelo melhor e que não andas com eles de trela como os pais ingleses, faz-me uma impressão ver os putos a correr amarrados a uma trela :o Oxalá que a moda não pegue até à minha altura.

    Ana, apolicromia.com

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  2. Confesso que entendo as pessoas da trela. Habitualmnete vivem em centros urbanos muito populados e conhecem bem os filhos que têm!! Tenho uma amiga que usa sempre que há multidões. O filho faz a piadinha de se esconder...coisa que é engraçada nos filhos dos outros. A Olivia tem a mania de se esconder e nao dizer nada nem quando a chamamos, e mesmo dentro de casa, posso garantir-te que o coracao pára até alguém a encontrar! E claro que a cabeça nao pára de magicar tolices, tipo bateu com a cabeça na sanita, ou caiu para dentro da banheira ou está debaixo duma estante. Eu digo sempre que tenho 2 macaquinhos em casa: trepam tudo! Mas já nao saberia viver doutra forma...

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