Tomate, batata doce e saudades...

20.11.14
chips 1 chips 2 chips 3
Bem sei que agora é comum vêr-se batata doce em qualquer sítio do país mas a verdade é que é uma coisa recente. Lembro-me de quando vivi em Lisboa, as minhas amigas olharem para mim com estranheza quando eu falava em adicionar a batata doce a um qualquer prato.
Cá em casa cresci a comê-la com muita frequência. Era cultivada em casa e por isso era muito usada. A minha mãe cozinhava-a daquela que continua a ser a minha maneira favorita porque não só fica óptima como é a mais fácil. Lava-se a batata doce e embrulha-se num papel de alumínio salpicando e esfregando um pouco de sal grosso na casca ainda molhada. Embrulha-se e vai ao forno. E pronto. Muitas vezes a minha avó aproveitava algum resto e cortava às rodelas, salteava na frigideira com um pouco de azeite e servia-me com um ovo estrelado. Era o paraíso para mim.
Há dias em que estas minhas memórias são tão vívidas que me fazem chorar de saudade instantaneamente. Fui tão sortuda por ter tido estas duas mulheres na minha vida e por me terem ajudado a crescer e a ser quem sou hoje mas a falta que sinto delas é tão grande... Acredito que estão a olhar por mim e a comentar as coisas que vou fazendo e às vezes quando faço asneiras imagino-as a trocar um "não é nada assim que se faz, isso assim não vai ficar bem".

No fim de semana folheei o novo livro de receitas da Mafalda, vi uma receita de chips de batata doce e como tinha em casa um balde cheio delas (!) achei que era o dia certo.
A receita (mais ou menos, do que me lembro de cabeça porque estou com uma amigdalite e com uma preguiça enorme de me levantar para ir buscar o livro. entendem, não entendem?) diz qualquer coisa como:

Cortar 2 batatas às rodelas finas (tentar que fiquem uniformes) e envolvê-las em duas colheres de azeite e tomilho;
Dispô-las no tabuleiro forrado a papel vegetal e levar ao forno a 180º durante cerca de 20 minutos virando-as caso necessário para que fiquem com uma cozedura uniforme.

Para o molho:
2 chávenas de tomate cortado aos cubos;
sumo de 1 limão;
um fio de azeite;
meia chávena de coentros;
sal e pimenta a gosto

O resultado final, para além de muito saboroso, fica lindo numa mesa e faz um aperitivo perfeito e fácil de preparar em pouquíssimo tempo.
Fiquei cheia de vontade de experimentar várias receitas do livro e como os anteriores acho que é um bom investimento porque tem daquelas receitas que qualquer uma de nós pode fazer com a segurança de não fazer má figura (muito importante. digo eu).

Bom agora vou fazer uma pausa para engolir a saliva o que com uma amigdalite como esta se equipara a um momento de tortura chinesa...

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