Já tinha saudades destes dias de sol mais longos em que parece que o tempo estica ainda que só um bocadinho. Domingo foi um desses dias.
Mesmo apesar de não podermos contar com tempos parados com a energia com que estes dois miúdos acordam pela manhã. Sempre prontos para a brincadeira.
A sério, o Joaquim acha que a vida é uma espécie de festa. Em que ele é que manda, claro. Porque quando não manda, fica aborrecido. E faz notar o seu descontentamento.
O Manuel continua a achar que é um super-herói. E claro, como todos os super heróis que se prezem, quer estar no comando das operações. Leia-se que decide por exemplo, tudo o que quer vestir. Neste dia, excepcionalmente, depois de muitas negociações, consegui que usasse outras sapatilhas que não aquelas que agora não tira. Descobriu o velcro. Eu passei o tempo todo a fugir do velcro (eu sei, eu sei que é mais prático) mas agora que lho mostrei não dá hipótese a mais nada, "poque etes mãe, eu consegue pôr sozinho e eu sou gande" dito quase com os olhos molhados de quem se sente demasiado bebé quando não consegue calçar os sapatos sozinho. E eu sinto-me a pior mãe porque não lhe tinha dado, até agora, oportunidade de conhecer o velcro.
A gargalhada fácil do Joaquim encanta o irmão e os nossos corações derretem quando brincam a "vamos fazer rir o Joaquim" (se dessem um nome à brincadeira seria certamente este). O Manuel faz palhaçadas e o Joaquim ri-se perdidamente. E por vezes ficam nisto tanto tempo que eu e o André tentamos ignorar para não atrapalhar. Ficamos ao longe a trocar olhares de quem quase derrete. Esta coisa de amor de pais é qualquer coisa. Estes dois miúdos que nos enchem de alegria e orgulho são nossos. Nossos e de mais ninguém. Meu Deus, que sensação boa.
Claro que agora entendo tudo aquilo que a minha mãe me dizia que um dia eu ia entender.
E depois, esta idade dos 3 anos. Podemos parar aqui durante mais tempo? As conversas - as reais que tem connosco e as imaginárias que tem quando brinca sozinho - a sério, as conversas de um menino que já pensa e se questiona sobre tudo o que o rodeia.
Eu sei que isto melhora sempre mas a cada vez que paro para pensar, não sei como é que isso vai ser possível. Mas acredito que sim.
No comments:
Post a Comment
Obrigada pelo seu comentário!