Viajar com crianças...

29.6.15

Não que sejamos nenhuns especialistas na matéria - nada disso - mas porque habitualmente nos perguntam sempre como fazemos, achei que seria uma boa ideia partilhar aqui algumas dicas dos pequenos truques que fomos aperfeiçoando quando viajamos com as crianças. Como as nossas famílias vivem a uma viagem de avião de distância sempre os habituámos a viajar mas na verdade o maior desafio está na viagens mais longas e como também essas, tivemos que começar a fazer quando o Manuel tinha menos de 3 meses....bom... fomos desconstruindo a complicação.

Achei que seria útil partilhar aqui alguns truques para os bebés dos 0-4 anos. Basicamente, a nossa experiência. Espero que gostem!

1. Aterragem e descolagem: Os bebés, especialmente quando mais pequenos, podem sentir-se incomodados com a pressão do avião nos ouvidos, especialmente na aterragem e descolagem. Apesar de nenhum dos nossos ter estes problemas sempre tentámos prevenir algum incomodo dando um biberão ou pondo a chucha nestas fases. A sucção ajuda a diminuir aquela sensação de pressão nos ouvidos e eles ficam mais distraídos se estiverem a fazer alguma coisa.

2. Diversão no avião: Um dos maiores receios antes de cada viagem mais longa é como passar o tempo no avião. Sinceramente, quando há escolha, acho que os horários da noite (red eye flight) são melhores porque apesar de nós mal conseguirmos dormir, eles por norma, dormem as horas seguidas. Mas claro que vamos sempre munidos de acessórios para entreter o tempo que estão acordados e em que querem brincar. O iPad é por norma um salvador durante um bom tempo especialmente porque não o costumam usar no dia a dia. As apps que temos mais usámos nesta viagem e de que os dois mais gostaram, foram as da Lego. Fizemos download de algumas da Lego City e outras da Lego Duplo e não se cansaram delas. A Fisher Price também tem algumas óptimas, especialmente para a idade do Joaquim.
Mas a verdadeira descoberta desta viagem que os entreteve durante mais de 1h30 foi este jogo de moldar. Para pais, como nós, que tenham noção (e medo) de toda a confusão em torno da plasticina normal, esta é a solução. Não se desfaz, não cola na roupa e vem com uma série de acessórios perfeitos para desafiar a imaginação dos mais novos (e não só, eu e o André também adorámos fazer os animais). Quando a virem à venda, não hesitem.
Outro hábito que tenho é o de levar algumas pequenas surpresas e brinquedos em caso de emergência. Se estão muito irrequitos ou desanimados tenho sempre alguma surpresa (que pode ser um carrinho ou qualquer coisa assim que ocupe pouco espaço).
Livros de colorir, com autocolantes ou modelagens em papel também são sempre um sucesso.

3. Comida: Se há uma coisa que pode perfeitamente arruinar um bom dia de férias é a fome. É muito difícil manter a boa disposição de barriga vazia e já sabendo isso, este é um campo em que dificilmente nos apanham desprevenidos.
Para o avião, para os miúdos, levo sempre a refeição completa. Tento fazer uma coisa prática de comer e que não ocupe muito espaço. Depois levo sempre algumas coisas com que não estejam a contar como uns pacotes de sumo ou leite de sabor ou umas gomas (usamos sempre as sem açúcar que eles adoram).
Mas também nas cidades temos este hábito. Porque muitas vezes eles adormecem - e nós temos oportunidade de fazer uma espécie de almoço romântico!! -  e assim quando acordam paramos num jardim e fazemos uma espécie de piquenique. As massas frias são sempre uma óptima opção. Também gostamos sempre de levar uvas, maçãs às rodelas ou bananas que eles adoram e são práticas para comer. Aproveitamos e no carrinho deles levamos também sempre umas bolachas ou cereais que ajudem a entreter se por acaso estivermos com dificuldade em encontrar um sítio onde comer.
Quando eram mais pequeninos e ainda comiam apenas sopa o que fazíamos em todas as viagens era levar um saco térmico com doses individuais de sopas congeladas que nos dessem para assegurar as refeições até estarmos num sítio que nos permitisse fazê-las. Os sacos térmicos na bagagem de porão sempre nos permitiram que chegassem ao destino congeladas.

4. Arrumação: Uma das partes que menos gosto nas viagens são as malas. Quando não ficamos num sítio tempo suficiente que justifique desfazê-las mas ao mesmo tempo ao fim de 1 dia estão totalmente de pernas para o ar. Bah. Há já algum tempo que começámos a usar estes sacos e acreditem quando vos digo: foram a salvação. Tudo o que vai, vai arrumado em sacos: roupa de cada um, roupa interior, camisolas, pijamas. Quando chegamos aos sítios nem precisamos de gavetas nem armários. E está tudo sempre arrumado. O paraíso das viagens, acreditem.


5. Carrinho: Com a chegada do Joaquim nem pusemos outra opção que não fosse um carrinho duplo. Ainda hoje no dia a dia o Manuel usa muito o seu lugar e em viagem então, este carrinho é uma espécie de salvação. Só assim conseguimos andar e fazer a maioria das coisas que temos planeadas. Quando eles adormecem deitamo-los, cobrimo-los com o swaddle e aproveitamos para fazer qualquer coisa a dois. Um almoço, um refresco, ou uma paragem numa loja. Qualquer uma daquelas coisas que à partida sabemos que, com eles, pode ser mais desafiante. Nestas últimas férias aconteceu algumas vezes e de repente parecia que estávamos sozinhos de férias,  a almoçar calmamente e a beber um copo de vinho, a conversar sobre a vida e os planos... Não acontece com frequência e portanto quando a oportunidade aparece....!
Muitas vezes perguntam-me pelo carrinho no avião. A maioria das companhias permite que o levemos até à porta e é entregue no destino também à saída do avião. Para viagens mais longas aconselho a que ponham as cadeirinhas embaladas em sacos grandes (basta levar aqueles sacos do lixo grandes) que assim sabem que chegam limpas. Já nos aconteceu partirem a estrutura do carrinho (curiosamente num voo mais curto para o Porto) mas pagaram o prejuízo na integra por isso, da nossa experiência, todo este processo funciona muito bem para nós.

6. Tempo: Para quem, como nós, estava habituado a ir para o aeroporto em cima da hora, muito muda. O ideal será ir com tempo de manobra para possíveis imprevistos e para que se possa "perder" algum tempo com os miúdos nos parquinhos a brincar, comer e usar o quarto de banho antes da partida. Eles não vão gostar especialmente da viagem de avião - pôr o cinto pode ser um filme, terem que ficar sentados com o cinto posto por tempo indeterminado também - e por isso mais vale que se divirtam um pouco antes do embarque.

7. Descomplicar: Fizemos a primeira viagem longa com o Manuel quando ele tinha três meses. Era Janeiro, nevava nos Estados Unidos e para além da viagem de avião íamos ter que fazer uma viagem de carro de 4h30. Acho que foi a partir deste momento que nos apercebemos que o grau de dificuldade de viajar com bebés dependia sobretudo da nossa capacidade de descomplicar.
Mudámos fraldas nos sítios mais improváveis, improvisávamos camas e barreiras quando não tivemos berços e aprendemos que o melhor truque para o leite em pó é usar água natural desde o início. Assim habituam-se e não temos que andar a correr para tentar encontrar um sítio onde aquecer o leite.

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8. Malas: Ao longo do tempo e das viagens fomos aperfeiçoando as malas com que preferimos viajar. As malas rígidas, para nós, estão postas de parte. Viajamos habitualmente com sacos deste género que têm rodinhas e por isso são fáceis de manobrar mas que sendo moles nos permitem uma melhor acomodação dos nossos sacos de arrumação. Têm também ainda a (grande) vantagem de serem melhores de arrumar nas bagageiras dos carros (com um carrinho duplo este ponto pode ser um enorme desafio, acreditem em mim). Há uns anos descobrimos também estas mochilas que para além de usarmos diariamente para os computadores são óptimas para levar em viagem porque para além de serem leves e pequenas têm muito espaço para arrumação. Nesta última viagem levei também um saco maravilhoso que comprei n´Armário  e que o André disse que tinha sido a melhor compra dos últimos tempos. É enorme e permitiu-nos levar tudo o que precisávamos ter à mão na viagem de avião. Dividi tudo em sacos e depois era só uma questão de tirar os sacos que precisava. É tão leve que também dá perfeitamente para usar no dia a dia a fazer km´s de passeio enquanto visitamos as cidades.

9. Roupa: No nosso dia a dia tenho sempre à mão uma muda de roupa para cada um deles porque os meus filhos são daqueles que em três segundos de distracção me aparecem ensopados porque quiseram, por exemplo, lavar as mãos. Numa viagem longa levo sempre 3 mudas de roupa para eles. Roupa leve e prática que não ocupe muito espaço mas que evita que seja um momento de stress aquele em que derramam o copo de água do avião em cima deles porque quer dizer.....estávamos só a brincar mãe.

10. Onde ficar: Quando viajávamos só os dois eu procurava sempre hotéis pela sua localização. E se com miúdos a localização continua a ser importante, a verdade é que começámos a preferir ficar em casas em vez de hotéis. Não ficam confinados a um quarto e permite-nos manter as nossas rotinas ao mesmo tempo que nos deixa descansar à vez enquanto eles se adaptam aos fusos horários. Já usámos várias vezes esta rede e nunca correu mal. 

Espero que tenha ajudado! Se tiverem mais sugestões partilhem!

2 comments:

  1. Apesar de não viajar muito adorei as tuas sugestões, aqueles sacos das malas fazem muito sentido sim! Quando for fazer uma grande viagem peço-te conselhos:D

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    1. :) aqueles sacos foram uma mudança nas nossas vidas/viagens!
      Aqui estarei!

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Obrigada pelo seu comentário!

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